Custódio: prazer em reapresentá-lo

Em entrevista, cantor Carlos Navas fala do álbum que dedicou ao pianista e compositor carioca Custódio Mesquita, autor de clássicos como 'Se a lua contasse' e 'Saia do meu caminho'.

Lia Machado Alvim 09/05/11 14:24 - Atualizado em 09/05/11 14:24

O cantor Carlos Navas dedica um álbum à obra do compositor e pianista Custódio Mesquita. (Tadeu Loppara / Divulgação)

“Prazer em conhecê-lo” é o único samba de Custódio Mesquita e Noel Rosa, dois compositores que tinham muito mais a dividir ou somar. Diversos fatos aproximam esses dois cariocas sentimentais, de vida boêmia, contemporâneos e compositores inspirados. Mas somente esse samba documenta a afinidade entre eles. Tanto é que se tornou título de um disco póstumo que a Funarte lançou para homenagear Custódio em 1987.

Ambos os artistas nasceram em 1910. Mas essa é um coincidência que os afasta. Lembra-se muito da obra do poeta de Vila Isabel, e pouco do patrimônio do galã de Laranjeiras.

Por isso é um prazer reapresentá-lo! Suas composições provam o ótimo sambista que foi e o cancioneiro de mão cheia de foxes, sambas-canções e valsas.

Custódio Mesquita nasceu no dia 25 de abril de 1910 e morreu jovem, vitimado pela hepatite, em 13 de março de 1945, aos 34 anos. Mais uma vez, lembra-se de Noel Rosa que também morreu cedo, com 26 anos de idade. 

Custódio era pianista, dos bons, e compositor, dos bons. Só pra lembrar: “Nada além” e “Enquanto houver saudade” (ambas com Mário Lago), “Mulher” (com Sady Cabral), “Saia do caminho” (com Evaldo Rui) e “Se a lua contasse” estão entre as mais 200 canções que criou muito mais como melodista que letrista. 
 

 


Custódio era bonito, vaidoso e elegante. Seus ternos eram de linho e suas camisas de cambraia. Traje nunca amarrotado. Geralmente cercado de belas mulheres.

Ao piano, Custódio também fez sucesso, tocando suas composições e partituras de seu ídolo, Ernesto Nazareth.

O cantor Carlos Navas lançou o álbum Junte tudo que é seu, em que interpreta algumas canções de Custódio Mesquita. O título do disco é um trecho da letra de “Saia do caminho”. São 13 faixas, voz e piano, Navas e Gustavo Sarzi. Duas cantoras convidadas: Rosa Maria Colin e Alzira E. Abaixo, o vídeo em que Carlos Navas interpreta o fox "Nada além".




O intérprete reverencia o compositor com delicadeza e conhecimento de sua obra, o que lhe permite cantá-las de forma original, sem lembrar as gravações lançadas por nomes de sucesso, como Aurora Miranda e Sílvio Caldas.

Em 2007, Navas já havia dedicado um disco a outro grande nome – Mário Reis. Homenagem ao cantor que foi um divisor de águas na interpretação da música no Brasil, seguido anos mais tarde por João Gilberto.

Em entrevista exclusiva, Carlos Navas conta detalhes do trabalho em que canta Custódio Mesquita.
 

  

 

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