Djavan: de volta aos bares e nightclubs

Ele adora cantar, mais ainda o que compõe. Só agora, com 34 anos de carreira, e com o CD Ária, que o compositor ressalta seu lado crooner.

Lia Machado Alvim 12/01/11 14:30 - Atualizado em 12/01/11 14:30

Com o novo álbum Ária, Djavan assume pela primeira vez em disco sua faceta crooner. (Divulgação)

Ele adora cantar, mais ainda o que compõe. Só agora, com 34 anos de carreira, ele ressalta seu lado crooner – o cantor acima de tudo.

Djavan conta que foi dificil empreender este trabalho no qual não cantaria sua própria produção. O artista confidencia que procura prazer em todo o disco e show que faz. Antes de mais nada, o projeto tem que lhe agradar, ele precisa se divertir com todas as etapas que, normalmente, começam com a criação das músicas que vai gravar.

Por isso, embora já quisesse lançar um álbum de intérprete, Djavan relutou um tempo, pois achou que a curtição seria menor.

Surpresa! Cantar músicas alheias e torná-las suas (afinal, este é o trabalho dos grandes intérpretes) foi mais instigante do que o artista poderia imaginar. O desafio estava de volta e, melhor ainda, um desafio diferente e, assim, muitíssimo divertido, como ele conta neste bate-papo que aconteceu em seu estúdio, chamado “Em Casa”, no Rio de Janeiro, semanas antes do lançamento do CD Ária.

Uma curiosidade: em vez de registrar a conversa por meio do gravador digital e portátil da Rádio, contei com o apoio técnico do músico, compositor e filho de Djavan Max Vianna, que operou a mesa de som do estúdio. Uma honra.


PRIMEIROS PASSOS

Sua primeira banda, Luz, Som, Dimensão (LSD), foi montada em Maceió (AL), e o repertório era composto de músicas dos Beatles, essencialmente. Nessa época, Djavan já compunha, mas todos os músicos do grupo achavam suas canções “esquisitas”.

Em 1973, Djavan se mudou para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar como crooner em boates como Number One e no “706”.

Logo em seguida, torna-se cantor de trilhas para novelas da Globo.

Em 1975, concorreu e se classificou o samba "Fato consumado" no Festival Abertura, ficando em 2º lugar. Nesse mesmo ano lançou um compacto simples com a canção "Qual é", de Marcos e Paulo Sérgio Valle.

Em 1976, Djavan conseguiu convencer a direção da Som Livre que poderia apresentar a sua música, considerada também "estranha" pelo pessoal da gravadora. Mesmo assim, lançou o LP A voz, o violão e a arte de Djavan, com produção luxuosa de Aloysio de Oliveira. Neste disco já se encontrava um dos sambas que entraria para a lista de seus sucessos: “Flor de liz”.

A partir daí, e a cada dois anos, mais ou menos, lançou um álbum de músicas inéditas e vê suas composições "estranhas e esquisitas" ganhar as paradas de sucesso. É a estranheza bem-vinda.
 

 

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