Paulo Freire, um contador de causos

Em entrevista a Lia Machado Alvim, violeiro, compositor e cantor fala sobre a mitologia brasileira e narra as aventuras de saci, boitatá, jurupari, mula-sem-cabeça e boi da cara-preta.

Lia Machado Alvim 22/08/11 11:49 - Atualizado em 22/08/11 11:49

O compositor, violeiro, cantor e contador de causos Paulo Freire no estúdio da Rádio Cultura Brasil em julho de 2011; e a capa de seu romance Jurupari, lançado em 2010. (Paula Faustino / Reprodução)


Era pra ser escritor, virou músico e, como não é bobo nem nada, juntou a viola e a escrita e se tornou um contador de causos.

A prosa é boa, a viola nem se fale. Com estes dois ingredientes e muito conhecimento dos mitos brasileiros, Paulo Freire escreveu livros, compôs músicas, gravou discos e inventou personagens que interagem com saci, boitatá, jurupari, mula-sem-cabeça, boi da cara-preta, teiú do sarau, fora os familiares: tios, primos, padrinhos, madrinhas que não acabam mais.

Confira trechos da entrevista realizada em julho de 2011 no estúdio da Rádio Cultura Brasil.

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A tradição oral: a importância do contato pessoal na contação de histórias e o surgimento de um novo termo, a oratura.
 


O romance “O Canto dos passos” (1988) marca a estreia do violeiro nas letras.
 


A mitologia brasileira para onde vai...?
 


A mula sem cabeça e a história da moça e do padre.
 


Em casa, o violeiro filho do escritor Roberto Freire era estimulado a seguir as aventuras que surgissem em seu caminho. Assim foi para o Urucuia, norte de Minas Gerais, refazer o trajeto de Mário de Andrade. Uma viagem que definiu sua carreira de músico e escritor. Paulo passou mais de um ano no sertão e aprendeu a tocar com mestres como Seu Manelim (Manoel de Oliveira), e ouviu muitas histórias e crendices enquanto trabalhava no campo.
 


Boitatá, mito gaúcho, não ganhou um tema na viola. Mas Teiú do Sarau ganhou, sim... Neste trecho, comentou sua participação na trilha do filme “O menino da porteira”, de Jeremias Moreira, em 2009, e a trilha de abertura do programa de Inezita Barroso – o Viola, Minha Viola, apresentado na TV Cultura. É do violeiro também a trilha da minisérie "Grande Sertão Veredas".
 


Pedro e Paulo ou Pedro Paulo: a história do homem do saco.
 


“...Vai ouvindo...” o bordão de Zé Quinha e Zé Cão, personagens do segundo romance de Paulo Freire, lançado em 1993, em que o escritor inventou tudo: a cidade Barreirinhas, o rio Catingueira, a dupla de personagens, e até a língua: o sertanês.
 


O Curupira para crianças, o Curupira para adultos. O livro infantil "O céu das crianças" surgiu em 2008 e traz a mitologia brasileira para os pais contarem aos filhos. Criação de Paulo e sua mulher, a cantora e compositora Ana Salvagni.
 


Um casal de Saci repovoa Botucatu, onde nasceu a Associação Nacional dos Criadores de Saci.
 


Uma família que virou tangarás. Eles saíram do romance “Nuá” (CD e livro), que reuniu novas músicas para os mitos brasileiros. Lançado em 2009, o projeto audacioso levou vários músicos, como Léa Freire, Bocato, Nailor Proveta, Nenê, Toninho Ferragutti e Paulo Braga, a criarem temas para as fábulas de Paulo Freire. Comentário da antropóloga Betty Mindlin.
 


Onde começou a mitologia brasileira? E ainda a viola de Paulo Freire em seus oito discos, o primeiro deles, “Rio abaixo”, lançado em 1995 e vencedor do Prêmio Sharp de 1996.
 


Esta é uma história dos infernos...
 


Em 2010, Paulo Freire lançou o livro “Jurupari”. Lico, personagem principal do romance, passeia por diversas regiões do país e vivencia histórias fantásticas, conhecendo em cada lugar um mito diferente, além de descobrir o amor e seus mistérios.
 


“Eu nasci naquela serra”, a biografia de Raul Torres, Angelino de Oliveira e Serrinha. Em 1995, Paulo Freire se mandou para Botucatu (SP) para escrever sobre três nomes importantes da música caipira. O título do livro nasceu do clássico "Tristeza do Jeca", de Angelino de Oliveira.
 

 

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