Quem ouviu, chorou de rir

Erros em profusão acontecem no rádio brasileiro desde os tempos remotos e continuam a acontecer, como mostram os alunos da Universidade Luterana do Brasil.

Eduardo Weber 24/09/10 11:58 - Atualizado em 24/09/10 11:58

Quem nunca ouviu um erro no rádio e não aguentou: caiu na risada? Se você nunca ouviu um, vou contar alguns poucos. Alguns eu presenciei, outros, ouvi no café da esquina.

Os do café da padaria são os mais engraçados, principalmente os contados pelo Luís, um simpático garçom pernambucano que tem que estar ali nos atendendo antes das sete, que para muitos não é manhã, é madrugada.

O Luís tinha sempre uma história. Uma delas ele começou dizendo que acordava todos os dias ouvindo uma tradicional emissora de São Paulo. E ele ficava atento, pra na hora certa pular da cama:

- A hora...
- Cinco e quinze!
- Repita...
- Cinco e quinzzzzzze.

Todo dia era a mesma história até que certa vez ele caiu da cama, literalmente.

- A hora...
- Cinco e vinte e três!
Repita...
- Sete e dezoito.
Repita certooooo...
- Cinco e vinte e trêsssssss.

Uma história bem mais antiga foi me contada pelo saudoso Fausto Canova, que perdia um amigo, mas não uma boa piada.

Aconteceu lá pelos anos 1950, assim que ele chegou para trabalhar em São Paulo, vindo de Marília. E foi na Rádio Nacional, onde o trabalho não era muito para o número de locutores da emissora. Então, eles ficavam ali na boca do estúdio jogando conversa fora.

Acontece que tinha um que era da pá virada. Certa vez chegou um senhor procurando a dupla Tonico e Tinoco, que na época fazia um programa na emissora, que ficava na Rua das Palmeiras, onde hoje está o Sistema Globo de Rádio. O tal locutor muito prestativo deu todas as orientações ao ouvinte.

- O Tonico e Tinoco estão no estúdio. O senhor está vendo aquele aviso luminoso escrito NO AR em cima da porta?
- Tô!
- É o seguinte: quando a luz acender, o senhor pode entrar. Só quando a luz acender. Entendeu?
- Entendi.
- Só que tem uma coisa: o Tonico é surdo e o senhor tem que gritar bem alto o nome dele, senão ele não escuta.

E correu para técnica. Não preciso dizer o que aconteceu, ou preciso?

Em outros casos a culpa desses erros inocentes tem a ver também com a redação. Tempos atrás, ouvi a seguinte nota de serviço:

- Em Congonhas, na ponte aérea, os patos estão saindo no horário (quem manda não ler o texto antes).

Erros em profusão acontecem no rádio brasileiro desde os tempos remotos e continuam a acontecer, como mostram os alunos da ULBRA – Universidade Luterana do Brasil – que, no fim dos anos 1990 inscreveu no Programa do Estudante o especial Babei! E agora?.
 



Babei! E agora? Elaborado por alunos do sétimo semestre do curso de Comunicação Social da Universidade Luterana do Brasil – ULBRA, 1999

Equipe: Alex Horn, Andrea Martins, Camile Bica, Fabíola Casarotto, Jader Rocha, Lisiane Volkweis, Marcus Vinicius Schil, Rogério Andrade e Vinicius Carvalho.
Orientação: Elton Primaz

 

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