Som e Fúria: Rita Benneditto e Jussara Silveira

Vozes e percussões num retorno às matrizes do som

Teca Lima 06/11/15 12:13 - Atualizado em 06/11/15 12:21

Detalhe da capa do CD "Som e Fúria", de Rita Benneditto e Jussara Silveira (Sérgio Guerra)

O Vale do Capão, na Chapada Diamantina, foi o cenário e o espaço mágico para a criação de Som e Fúria, CD de Rita Benneditto e Jussara Silveira.

A ideia partiu de Sérgio Guerra, da gravadora Maianga, que imaginou um trabalho que reunisse as duas cantoras e em que suas belas e afinadas vozes reinassem absolutas. Para isto, convidou o produtor paulistano Alê Siqueira, que há algum tempo se dedica à pesquisa de sons matriciais, e que transita, de forma muito natural, pelos diversos mundos dentro da música. Som e Fúria combina sons eletrônicos e elementos da cultura popular, com ênfase na vozes e nas percussões, e com alusões à música árabe e indiana, e às vozes búlgaras.

Rita Benneditto fala sobre o convite e a experiência de fazer este trabalho:


A direção musical coube a Zé Miguel Wisnik, que escreve “As bases instrumentais, discretas e eficazes, sem deixar de ser exuberantes, estão inteiramente a serviço das personalidades vocais das duas cantoras, suas afinidades e suas diferenças, explorando canções matriciais e superposições em tramas polifônicas, que remetem a cânticos arquetípicos e ao mesmo tempo à exploração não convencional das sonoridades.”

O repertório eclético traz composições de nomes como Dorival Caymmi, Paulinho da Viola, Zeca Baleiro e Vinicius de Moraes, mas também cantos indígenas e temas da tradição popular. O destaque vai para as junções de canções, algumas delas inusitadas, como no sincretismo proposto pela “Ave Maria” de Schubert – cantada por Jussara sobre tambores do candomblé, tocados pelo músico baiano Gabi Guedes – que é seguida por “Caboclo das sete encruzilhadas” e pelo tambor de mina maranhense “Pisei na terra de caboclo”; diálogos que remetem à mestiçagem do nosso povo.

Mikael Mutti foi o responsável pelas programações eletrônicas e as experiências de juntar timbres e instrumentos. O baiano Gabi Guedes faz percussões e vozes, e um coro infantil, arregimentado pela própria Rita Benneditto, completa o time que fez parte dessa bela experiência musical.

Rita conta que expandiu suas possibilidades como cantora em Som e Fúria:

Lançamento Maianga Discos (site e  digital da Dubas Música (site)

Faixas:

01 O Milagre (Pedro Ayres Magalhães / Rodrigo Leão)
02 Alguém Cantando (Caetano Veloso)
03 A Sílaba | Trilho Trole Trem (Zeca Baleiro)
04 Maricotinha | Sambas de Roda (Dorival Caymmi)
05 Ave Maria (Franz Schubert)
06 Outra Noite (Franz Schubert / Matthaus von Collin / Versão: Arthur Nestrovski)
07 Caboclo das Sete Encruzilhadas | Pisei na Terra de Caboclo (Terecô da Tenda São José, Pirapemas /MA) (Tambor de Mina da Casa Fanti – Domínio Público)
08 Yo Paranã | Saudação a Oxóssi (Canto Indígena)  (Domínio Público)
09 Para não Contrariar Você | Matriz ou Filial (Paulinho da Viola) (Luiz Cardim – Irmãos Vitale)
10 Rosa de Hiroshima | A Bomba Atômica (Gerson Conrad / Vinícius de Moraes) (Vinícius de Moraes)
11 Tom de Voz (Cezar Mendes / Quito Ribeiro)

Ficha Técnica:

Produção Musical: Alê Siqueira
Direção Artística: José Miguel Wisnik
Projeto Gráfico: Ariston Quadros
Fotos: Kaya Verruno e Sérgio Guerra
Produção Executiva: Valéria Silveira
Concepção e Direção Geral: Sérgio Guerra

O cmais+ é e reúne os canais TV Cultura, UnivespTV, MultiCultura, TV Rá-Tim-Bum! e as rádios Cultura Brasil e Cultura FM.

Visite o cmais+ e navegue por nossos conteúdos.