Centenário Cavaquinho - Três sambas para Nelson

Série de caráter ensaístico, Centenário Cavaquinho esboça três leituras possíveis a respeito do autor de “Folhas secas”. Com Arrigo Barnabé, Fernando Faro e Nuno Ramos.

Aos 100 anos de seu nascimento, Nelson Antonio da Silva continua sendo um dos enigmas mais bem guardados da música brasileira. 

Série de caráter ensaístico, Centenário Cavaquinho esboça três leituras possíveis a respeito do autor de “Folhas secas”. Suspensos da linearidade histórica, os programas não se constroem por datas nem pelo curriculum vitae de seu homenageado. Vez ou outra, alguma luz é colocada em determinados feitos biográficos. Assim como a condução da narrativa pode iluminar traços da persona do Cavaquinho. A história oral e a montagem “agenciadora da desordem” indica o cunho documental do projeto.


NELSON POR ARRIGO BARNABÉ, FERNANDO FARO E NUNO RAMOS

O primeiro programa empresta o título do emblemático samba "Luz negra". Arrigo Barnabé apresenta o poeta como o sensível trovador andarilho que se apega ao álcool para encarar a morte, entre outros temas nada queridos à música popular.

"Degraus da vida", com Fernando Faro, trata da memória – ou das memórias. Nelson Cavaquinho, em verdade crua, interpreta suas canções sem vestimentas, aproximando-as de sua gênese. A partir de duas edições do programa MPB Especial (1972 e 1973) criou-se, num exercício às avessas, uma versão revivida, onde Faro também ganha voz como o narrador das histórias.

Nuno Ramos apresenta o mais ensaístico dos programas. "Rugas" coloca Nelson Cavaquinho no panorama da música brasileira. Numa leitura muito particular, entre o esquisito e o encantado, aqui Nelson Cavaquinho torna-se o caboclo albino avesso à luz dos trópicos, “cujo gozo é olhar a vida ao contrário”.

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Centenário Cavaquinho - Três sambas para Nelson
Produção e roteiro: Julio de Paula
Sábado, 15, 22 e 29 de outubro de 2011, na Rádio Cultura Brasil