Bethânia: 50 anos de carreira

Alexandre Ingrevallo celebra as cinco décadas de história profissional de Maria Bethânia e relembra entrevista da cantora ao programa Ensaio, da TV Cultura, com um recorte musical desses 50 anos de estrada

Alexandre Ingrevallo 25/03/15 13:46 - Atualizado em 25/03/15 15:07

Maria Bethânia (Foto: Reprodução)

A Maria Bethânia que canta o amor ou a Maria Bethânia que dá voz aos cânticos regionais? A Bethânia da poesia ou a Bethânia que celebra a água, a natureza e os seres? Qual a sua preferida?

Nesta homenagem, que celebra os 50 anos de carreira de uma das maiores cantoras brasileiras, reuni trechos da participação de Bethânia numa edição do programa Ensaio, dirigido por Fernando Faro, e exibido em 1993 pela TV Cultura. Na entrevista, um painel rico sobre as vivências e a formação da cantora. Ela comenta com Faro as suas origens, sua infância, as primeiras experiências na música e no teatro. Relembra a importância de Caetano Veloso na sua formação cultural e as frases que ele lhe contava e ela, jovem, pendurava na parede do quarto. Fala dos compositores que mais gravou, as escolhas musicais e as influências, como Dalva de Oliveira.

O conhecido gênio forte também aparece nessa entrevista. Maria Bethânia fala das não concessões, ato que sempre guiou a sua carreira, e começou cedo. Logo depois de estrear no clássico show Opinião em fevereiro de 1965, recebeu vários convites para cantar "Carcará" (gravação que marcou sua história) e composições parecidas com o tema de João do Vale e José Cândido. Aceitou alguns e depois passou a recusar os outros. Deixou o Rio de Janeiro e decidiu voltar para a Bahia com a condição de só retornar a terras cariocas se pudesse fazer aquilo que queria, do jeito que queria. Também com força, Bethânia questiona o rótulo de brega de algumas canções que gravou, principalmente as de Gonzaguinha e as parcerias de Roberto com Erasmo Carlos. Salienta que nada na vida dela é ou foi brega.

Nessa homenagem, pontuo os trechos selecionados da entrevista, com as músicas que representam essas fases citadas por ela. Músicas que de certa forma representam esses 50 anos de história. Tarefa difícil resumir 50 anos de carreira de Bethânia. Tarefa difícil resumir ou sintetizar Bethânia. Por isso, vamos deixar que ela mesma faça isso. E cante, cante muito...

Seleção musical:

“Carcará” (João do Vale e José Cândido)
Disco: Maria Bethânia (1965)

“Volta por cima” (Paulo Vanzolini)
Disco: Drama (1972)

“Olhos nos olhos” (Chico Buarque)
Disco: Pássaro Proibido (1976)

“Negue” (Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos)
Disco: Álibi (1978)

“Grito de Alerta” (Gonzaguinha)
Disco: Mel (1979)

“Brincar de Viver” (Guilherme Arantes e Jon Lucien)
Disco: Plunct Plact Zuuum (1983)

“Reconvexo” (Caetano Veloso)
Disco: Memória da Pele (1989)

“As canções que você fez pra mim” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)
Disco: As canções que você fez pra mim (1993)

“Maricotinha” (Dorival Caymmi)
Disco: Maricotinha (2001)

“Cabocla Jurema” (Domínio Público)
Disco: Brasileirinho (2003)

“Purificar o Subaé” (Caetano Veloso)
Disco: Brasileirinho (2003)

“Samba da benção” (Baden Powell e Vinicius de Moraes)
Disco: Que falta você me faz – Músicas de Vinicius de Moraes (2005)

“Trocando em miúdos” (Francis Hime e Chico Buarque)
Gravada especialmente para a trilha da novela Insensato Coração (2011)
 

O cmais+ é e reúne os canais TV Cultura, UnivespTV, MultiCultura, TV Rá-Tim-Bum! e as rádios Cultura Brasil e Cultura FM.

Visite o cmais+ e navegue por nossos conteúdos.