Lupicínio Rodrigues: muito mais que somente a dor
Neste programa da série Biografia, produzida em 2000, apresentamos a obra do artista ficou notabilizado por retratar como nenhum outro a traição amorosa, mas que também compôs marchas, sambas e hinos
O "inventor" da dor de cotovelo fez com que Rosa Maria Dias o comparasse com o alemão Friedrich Nietzsche. Para a pesquisadora, "Lupicínio encarnou à perfeição as teorias do filósofo sobre a paixão e a perda, que geram ressentimento - aquele estado terrível no qual o outro é sempre culpado pelo nosso sofrimento".
"Lupicínio Rodrigues foi o mais perfeito retratista da tragédia passional e dos amores impossíveis. Lupicínio foi o cristalizador da dor individual, comungada por uma multidão que existe até hoje, dias menos românticos", diz o jornalista Wladimir Soares.
O número de obras criadas por Lupicínio chega a casa de duas centenas. Alguns afirmam que ele ultrapassou a marca de 300 composições. O próprio Lupicínio não sabia o número exato. Chegava a ponto de não reconhecer sua própria música quando a ouvia num bar ou cabaré.
"Quase todas as minhas canções falam da mulher. Acho que, se Deus fez alguma coisa melhor que a mulher, fez para ele", declarou o gaúcho.
No repertório deste programa Biografia estão presentes seus clássicos, como "Nervos de Aço", "Cadeira Vazia", "Vingança", "Se Acaso Você Chegasse", "Ela Disse-me Assim", "Volta" e "Esses Moços, Pobres Moços".
"Da mesma forma que Nelson Rodrigues vira pelo avesso o recesso do sexo, Lupicínio se dedicou afincadamente por toda a vida a virar pelo avesso a dor de cotovelo amorosa. Lupicínio formulou, como ninguém, a cornitude." (Augusto de Campos)
Biografia
Lupicínio Rodrigues
Apresentado na Rádio Cultura Brasil no ano 2000
Apresentação: Valvênio Martins
Produção: Eduardo Weber
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