A música de Dorival Caymmi

Sucessos do músico baiano em diferentes vozes, como "Marina", com Gilberto Gil, e "O vento", com Milton Nascimento

Lia Machado Alvim (músicas) | Ricardo Tacioli (texto) 03/01/11 03:00 - Atualizado em 26/12/13 17:08

Dorival Caymmi: o simples não é para qualquer um (Divulgação)

Dorival Caymmi faleceu no dia 16 de agosto de 2008. Onze dias depois, com saudade, como disse Herminio Bello de Carvalho, voltou para levar sua companheira de vida inteira, a ex-cantora Stella Maris, com quem viveu mais de 60 anos. Até esta despedida parece mais uma de suas canções. Certamente aquela que mais demorou – 94 anos –, mas também a que deu mais prazer.

Uma janela pro mar é o primeiro especial sobre um artista que o Gafieiras produz exclusivamente na internet. Não traz um estudo aprofundado ou recursos interativos ou animados; apresenta por meio de textos, vídeos e ilustrações alguns horizontes sobre a obra do compositor de "O que é que a baiana tem?". É uma reunião de conteúdos já publicados e outros inéditos; uns analisam o patrimônio caymmiano na história da música brasileira, outros entregam os porquês da admiração unânime. Um especial que não se encerra com o que está aqui publicado, mas aberto a novas contribuições, afinal essa é uma das tantas vantagens da internet.

A vida e a obra de Caymmi teriam tudo para não se encaixar nos moldes de sucesso dos dias de hoje, basta ver sua produção musical, que é numericamente pequena (101 composições). O tão falado "tempo de Caymmi" é outro, contrário à era da velocidade, da quantidade, da informação a todo o instante. Por essas e por outras, Caymmi é, sem querer, desafio a esta noção de modernidade e de êxito; torna-se uma utopia, capaz de estampar revistas de bem-estar. Cada música é o simples que comunica tudo a todos – para crianças e marmanjos, ricos e pobres, intelectuais de escritórios e anônimos. Mas o simples não é para qualquer um. Coisas de Caymmi que, pela janela, pescava e pintava o mundo, o mar, os sons e o silêncio. Afinal, a música não era somente pra ser cantada, mas vista.

Dorival conseguiu muito mais do que imaginava - que suas músicas se tornassem uma "Ciranda cirandinha". Ele próprio virou cantiga de roda, eterna, na boca do povo. E como cantou em "Saudade da Bahia", "pobre de quem acredita na glória e no dinheiro para ser feliz". É isso aí. Viva Dorival Caymmi!"

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