Cazuza na boca do povo

Uma seleção com músicas que Cazuza compôs mas nunca cantou, como "Tapas na cara", com Ângela Maria, e "Poema", com Ney Matogrosso

Ariane Arrabal 30/09/10 18:00 - Atualizado em 28/07/15 10:00

Ao lado de nomes como Renato Russo, Cazuza foi um dos grandes letristas do rock pós-1980. (Divulgação)

Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza, foi o artista que expôs na música o seu lado mais sensível. O cantor, que morreu dia 7 de julho de 1990, passou por várias fases na vida e na música. Cantou rock and roll e bossa nova, fez releituras de músicas como "Luz negra", de Nelson Cavaquinho, e "O mundo é um moinho", de Cartola, mas foi compondo que Cazuza se destacou.

Vinte anos depois de sua morte, vários artistas da MPB dão novas versões para seus sucessos, como "Codinome beija-flor", regravada por mais de 20 intérpretes diferentes, entre eles Luiz Melodia e Cauby Peixoto. Em sua bagagem, Cazuza leva mais de 200 composições escritas, 34 delas feitas para outros intérpretes. "A cada dia que passa, eu estou me sentindo mais compositor. Fiz uma música para Ângela, e ela gravou. É engraçado isso... Acho que meu trabalho atingiu dos oito aos oitenta. Agora me considero um compositor profissional. É o que me dá prazer, muito mais até do que fazer shows." A Ângela a que Cazuza se refere é Ângela Maria, e a música é "Tapas na cara", uma rumba composta em 1987.

Em 1988, Cazuza compôs "Malandragem", sucesso na voz de Cássia Eller e que teve peso fundamental para impulsionar a carreira da cantora carioca e fã do ex-Barão. Mas essa música foi feita para um ídolo da sua adolescência, Ângela Ro Ro, que guardou-a durante anos mas não chegou a gravá-la. Alguns anos antes, em 1975, Cazuza compôs "Poema", interpretada por Ney Matogrosso em 1998. Esta música foi feita para sua avó materna, Maria. A curiosidade é que ele tinha apenas 17 anos quando a compôs.

Cazuza também teve muitos parceiros: os mais assíduos eram Frejat, Dé e Bebel Gilberto. Com estes dois últimos, Cazuza assinou "Mais feliz", que teve gravação original da própria Bebel, regravada por Leila Pinheiro e Adriana Calcanhotto. Cantores como Joana e Fagner também dividiram composições com Cazuza. Essas você ouve nesta playlist, dedicada às músicas que Cazuza fez, mas nunca cantou.

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