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Músicas que homenageiam craques dos gramados: Zico, Garrincha, Pelé, Romário, Ronaldo, Canhoteiro, Leônidas, Raí, Fio Maravilha e Neto.

Alceu Maynard 26/07/12 14:50 - Atualizado em 26/07/12 14:50

O professor e o aluno: Leônidas da Silva, artilheiro da Copa de 1938 e inventor da bicicleta, e Pelé, o maior jogador de todos os tempos. (Reprodução)

Como forma de agradecimento pelos serviços prestados ao futebol nacional, pela emoção proporcionada por seus gols, ou pela entrega ao time do coração ou seleção canarinho, muitos compositores retrataram jogadores como heróis.

Inventor do gol de bicicleta, o carioca Leônidas da Silva, o “Diamante Negro”, reinou nos campos brasileiros nas décadas de 1930 e 1940. Na Copa de 1934, foi o único jogador brasileiro a marcar gol, minimizando o vexame da seleção.

Ídolo do São Paulo Futebol Clube, marcou 140 gols em 211 jogos pelo time do Morumbi. Virou dirigente e comentarista esportivo, e chegou a ganhar sete Troféus Roquette Pinto. Sua carreira de radialista teve que ser interrompida em 1974 devido ao Mal de Alzheimer. A empresa Lacta homenageou-o, criando o chocolate "Diamante Negro", vendido até hoje. 

Em 1950, o craque foi homenageado pelo grupo Vocalistas Tropicais com a música “Diamante Negro”.
 


Miguel Gustavo foi um dos pioneiros no Brasil ao compor música para publicidade. Em 1970, o compositor carioca escreveu “Pra frente Brasil” para as transmissões para a Copa do Mundo (a primeira feita ao vivo). Quando, no ano seguinte, Pelé anunciou sua despedida da seleção, Gustavo foi chamado para criar o tema daquele momento solene. “Obrigado Pelé” foi gravada, simultaneamente, por Elis Regina e Wilson Simonal, e lançada em discos diferentes. Pelé, que também ataca de compositor, com músicas gravadas por Jair Rodrigues, Maria Alcina e Gilberto Gil, estreitou sua parceria com Simonal quando este acompanhou a delegação brasileira de futebol na Copa de 1970, no México.

Enquanto atuou na seleção ao lado de Garrincha, Pelé nunca perdeu uma só partida. O “Anjo das pernas tortas” foi um dos heróis da conquista da Copa do Mundo de 1958 e, principalmente, de 1962 quando, após a contusão do ídolo santista,  tornou-se o principal jogador do time brasileiro.

Casado com a cantora Elza Soares no fim dos anos 1960, Garrincha encarou diversos problemas pessoais, a maioria pela dependência do álcool. Apaixonado pelo futebol do camisa 7 do Botafogo e da Seleção Brasileira, o cantor Moacyr Franco gravou uma canção romântica de Alberto Luis que revelou os problemas do Mané. "Balada nº 7" se tornou um dos sucessos de 1970 e foi regravada por Noite Ilustrada.

O tricampeão mundial Tostão foi homenageado por Milton Nascimento. Composta com Fernando Brant, a música instrumental "Tema de Tostão" fez parte do documentário Tostão, a fera de ouro (1970), dirigido por Paulo Laender e Ricardo Gomes Leite, mineiros que registraram os feitos do maior jogador do Cruzeiro Esporte Clube.
 


Jorge Ben é o compositor brasileiro que mais dedicou canções ao futebol, em especial ao seu time de coração, o Flamengo. "Fio Maravilha" é a mais conhecida. Em 1972, defendida por Maria Alcina, a música venceu o Festival Internacional da Canção (FIC). João Batista ganhou o apelido de "Fio Maravilha" após marcar o gol da vitória do time rubro-negro contra o Benfica, de Portugal. 

Fio Maravilha jogou com o maior ídolo do Flamengo, Zico. Além de Bebeto e Jorge Ben, Moraes Moreira dedicou uma música ao “Galinho de Quintino", apelido que ganhou graças ao corpo franzino no início de carreira e ao seu bairro de origem (Quintino). “Saudades do Galinho” é uma justa homenagem ao jogador que deu muitas alegrias a maior torcida do Brasil. 

Irmão do corintiano Sócrates, o meio-campista Raí marcou uma geração de torcedores do tricolor paulista. Ele foi o dono dos dois gols da vitória do São Paulo no Mundial Interclubes de 1992, no Japão, contra a equipe do Barcelona. O craque maranhense Canhoteiro disputou 415 partidas pelo tricolor paulista e marcou 103 gols. Dizia-se que o que Mané Garrincha fazia na ponta-direita, Canhoteiro fazia na esquerda. Infelizmente, nunca jogaram juntos. Na canção que carrega seu nome, o conterrâneo Zeca Baleiro é acompanhado por Fagner, em uma gravação de 2005.
 


As crianças que hoje assistem ao comentarista esportivo Neto podem não saber os feitos do craque pelo Corinthians. Apelidado de "Xodó da Fiel", foi o principal condutor do clube ao seu primeiro título brasileiro, em 1990. Defendeu o Timão em dois períodos: entre 1989 e 1993 e entre 1996 e 1997. Em um total de 227 partidas (104 vitórias, 74 empates, 49 derrotas), Neto anotou 84 gols
 


Atual ídolo corintiano, Ronaldo não ganhou à toa o apelido "Fenômeno”. É o maior artilheiro da história das Copas do Mundo com 15 gols. É um dos poucos jogadores que estiveram dos dois lados de duas rivalidades europeias: ele defendeu os espanhóis Barcelona e Real Madrid e os milaneses Internazionale e Milan. Foi eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA em 1996, 1997 e 2002. Em 1994, Ronaldo se transferiu para o Barcelona, da Espanha, por US$ 20 milhões, à semelhança de sua dupla de ataque na Seleção Brasileira, Romário, outro a sair do PSV rumo ao Barça.
 


Carlinhos Vergueiro é o único compositor que dedicou duas músicas a jogadores distintos nesta seleção musical. Romário, que atualmente é deputado federal, já foi treinador de futebol. Porém, seus maiores feitos foram com a bola no pé. O “Baixinho" é o terceiro maior artilheiro da Seleção Brasileira, com 55 gols. Em maio de 2007, Romário tornou-se o segundo brasileiro a atingir a marca do milésimo gol na carreira futebolística. O outro: Pelé, com 1284 tentos.

E foi por meio da música que esta playlist reuniu estes craques da bola, uma seleção sonora que pode até não balançar o esqueleto mas, como diria Silvio Luiz, “balançou o capim no fundo do gol”.


REPERTÓRIO

Diamante Negro (David Nasser e Marino Pinto), por Vocalistas Tropicais
Raí (Carlinhos Vergueiro e J. Petrolino), por Carlinhos Vergueiro
Fio Maravilha (Jorge Ben), por Jorge Ben
Saudades do Galinho, por Moraes Moreira
Canhoteiro, por Zeca Baleiro e Fagner
Romário, por Carlinhos Vergueiro
Neto , por Tom Zé e Gereba
Obrigado, Pelé (Miguel Gustavo), por Wilson Simonal
Balada nº 7, por Moacyr Franco
Tema de Tostão, por Milton Nascimento
Sou Ronaldo, por Marcelo D2

 

 

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