Marchinhas zero quilômetro
Seleção musical reúne as finalistas de dois importantes festivais carnavalescos de São Paulo: do Trupica Mais Não Cai e de São Luiz do Paraitinga.
Lia Machado Alvim
16/02/12 11:56 - Atualizado em 16/02/12 11:56
Concorrentes do Festival de Marchinhas de São Luiz do Paraitinga, edição 2012. (Reprodução / Site oficial)
A tradição do Carnaval em São Paulo começou com o típico carnaval de rua, como se deu também em outros estados. Os cordões cantavam hinos próprios, além das marchinhas de sucesso nacional, como “Mamãe eu quero” (Jararaca e Vicente Paiva), “Alá-lá-ô” (Haroldo Lobo e Nássara), ”Abre alas” (Chiquinha Gonzaga) e “Cachaça” (Mirabeau Pinheiro, Lúcio de Castro e Heber Lobato). Quase todas criadas por compositores do Rio de Janeiro, onde aconteciam importantes concursos promovidos pelas rádios locais entre os anos 1930 e 1960.
No mesmo Rio, há exatos 80 anos, foi realizado o primeiro desfile de escolas de samba na Praça Onze. Patrocinado pelo jornal "Mundo Esportivo", teve como campeã a Estação Primeira de Mangueira. Já na capital paulista, o primeiro concurso (de cordões) foi promovido pela Prefeitura da cidade em 1934.
Depois que o Carnaval foi para os salões de baile de clubes e de agremiações, os blocos e cordões voltaram timidamente a tomar as ruas de São Paulo e, fortemente, das cidades do interior. Hoje, há cordões, blocos e bandas formados em boa parte dos bairros paulistanos, como o “Os Acadêmicos da Augusta”; o “Bloco do Fuxico”, no Largo do Arouche; a “Banda Redonda”, na Consolação; a “Banda da Folia”, na Barra Funda; a “Grande Família”, em Santana; a “Filhos da Santa”, em Santa Cecília; e o “Kolombolo Diá Piratininga”, da Vila Madalena.
Da mesma Vila Madalena, o bloco "Nóis Trupica Mas Não Cai" com a banda Os Truta promovem um concurso de marchinhas carnavalescas desde 2008, além do desfile pelas ruas do bairro e um grande baile. O concurso é aberto ao público e realizado em janeiro. O bloco tem hino próprio, criado por Lu Lopes.
As melhores marchinhas são eleitas pelo público e pelos jurados. A cada ano um novo júri é formado. Conheça e ouça as vencedoras.
VOTO JURADOS
1º lugar – “Relaxa, xacunóis” (Paulo Padilha)
2º lugar - "Eita porra!" (Caio Bassitt)
3º lugar - "Curupira" (Cesar Lopes)
VOTO POPULAR
1º lugar - "Curupira" (Cesar Lopes)
2º lugar - "Bloco do fim do mundo" (Lucas Cirillo)
3º lugar - "Relaxa, xacunóis" (Paulo Padilha)
2º lugar - "Eita porra!" (Caio Bassitt)
3º lugar - "Curupira" (Cesar Lopes)
VOTO POPULAR
1º lugar - "Curupira" (Cesar Lopes)
2º lugar - "Bloco do fim do mundo" (Lucas Cirillo)
3º lugar - "Relaxa, xacunóis" (Paulo Padilha)
No interior do estado, a tradição do Carnaval de rua teve início há algumas décadas em cidades como Tatuí, Santana do Paranaíba, Votuporanga, Penápolis, Piracicaba, São José do Rio Preto e na queridinha dos paulistanos, São Luiz do Paraitinga. A cidade, localizada no Vale do Paraíba, realiza a 27ª edição do concurso de marchinhas carnavalescas, que já conta com um acervo de duas mil composições.
E para comprovar que “elas não se parecem em nada com as tradicionais marchas de Carnaval que conhecemos”, como diz o próprio Secretário de Cultura da cidade, Campos Netto, ouça as vencedoras deste ano.
1º lugar - "Melô da custureira" (Moreno Overá e Totó Porqueira)
2º lugar - "Vade retro" (Marco Aurélio e Thar)
3º lugar - "Bloco do Sapé" (alunos do Núcleo Escolar dos Caetanos, profs. Giovani Santos e João Bosco)
Melhor intérprete: Leandro Barbosa ("Pelas costas", de Arnaldo Antunes, Betão Aguiar, Chico Salem e Marcelo Jeneci)
As demais finalistas:
"A foca" (Tavinho Limma), "Arremate (Joana Egypto), "Exéquias macabras" (Mauricio Pascuet), "Flor de cravina" (Léo Couto e Costinha da Keka) e "Sóchov" (Galvão Frade).
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