Papai, me empresta o carro?

Playlist reúne canções que exaltam a figura paterna ('Respeita Januário'), algumas que discutem conflitos entre gerações ('Pais e filhos'), e outras interpretadas por pais famosos e seus pequenos.

Felipe Missali 11/08/11 10:47 - Atualizado em 11/08/11 10:47

Filhos e pais - Mahal e Luiz Melodia, seguidos de Gonzaguinha e Luiz Gonzaga. (Reprodução)

“Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai.”

Sigmund Freud (1856-1939)



Na psicologia são grandes as discussões em torno da figura do pai. O psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981) foi fundo na questão: além de retomar um dos temas mais polêmicas do estudo freudiano – os complexos de castração e o de Édipo –, colocou a figura paterna em diferentes planos.

Pode-se enumerar infinitas significações para a figura paterna, como bem fez Friedrich Engels (1820-1895) ao discutir as origens da família, mas o que verdadeiramente importa não são as relações políticas ou jurídicas, e sim as canções em que a figura do pai predomina. Nunca faltaram e nem faltarão abordagens sobre esse tema. Mesmo aqueles que não tiveram pais, cantam a falta ou a vontade de um.

Há também inúmeras representações paternas que habitam o imaginário coletivo; muitos têm a imagem daquele pai tinhoso e bravo, já cantado em “Respeita Januário”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Na contramão, tem aquele filho mal acostumado, mimado pelos pais e retratado com graça por Rita Lee em “Papai me empresta o carro”.

Outra lembrança recorrente é aquela do pai atravessando a porta de casa, vindo do trabalho, aquele homem forte e vencedor, dono de sabedoria compartilhada com o filho. Milton Nascimento fala disso em “Pai grande”.
 


Outra característica indispensável na relação pai e filho é o desentendimento de gerações, esmiuçado em música pela Legião Urbana ("Pais e filhos") e por Elis Regina (“Como nossos pais”, de Belchior).
 


Motivada pelo Dia dos Pais, celebrado em todo segundo domingo de agosto e criado em 1910 pela norte-americana Sonora Louise Smart Dodd, essa seleção musical compila dois tipos de canções: compostas especialmente aos pais e aquelas cujos filhotes participam das gravações, muitos deles ainda pequenos, como em “Samba de Maria Luiza”, de Tom Jobim; “Um canto de afoxé para o Bloco de Ilê”, com Caetano Veloso e Moreno; e “Lua de cetim”, com Francis Hime e Maria Hime.
 



REPERTÓRIO

01. Samba de Maria Luiza, por Tom Jobim e Maria Luiza Jobim
02. Um canto de afoxé para o Bloco de Ilê, por Caetano Veloso e Moreno Veloso
03. Respeita Januário, por Luiz Gonzaga
04. Pai e filho, por Nara Leão
05. Pai grande, por Milton Nascimento
06. Pai e mãe, por Gilberto Gil
07. Chega de saudade, por João Gilberto e Bebel Gilberto
08. Lua de cetim, por Francis Hime e Maria Hime
09. Cem mil réis, por Chico Buarque e Luisa Buarque
10. Lorena, por Luiz Melodia e Mahal
11. Pais e filhos, por Legião Urbana
12. Como nossos pais, por Elis Regina
13. Papai me empresta o carro, por Rita Lee
 

 

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