Pardon my portuguese

Seleção musical prova que cantores estrangeiros podem se expressar em português, muito além do ‘obrigado’ pronunciado sob aplausos verde-e-amarelos.

Vilmar Bittencourt 12/03/12 19:00 - Atualizado em 12/03/12 19:00

Consagrado como cantor e pianista de jazz, o norte-americano Nat King Cole (1919-1965) também registrou composições latinas, incluindo algumas brasileiras. (Reprodução)

A presente lista prova que cantores estrangeiros podem se expressar em português, muito além do ‘obrigado’ pronunciado sob aplausos de plateias verde-e-amarelas. Com sotaques diversos, a sequência musical que você vai ouvir traz europeus da Itália (Sérgio Endrigo), Inglaterra (Everything but the girl), Alemanha (Marlene Dietrich) e França (Brigitte Bardot) arriscando-se no idioma de Carlos Lyra, Tom Jobim, Catulo da Paixão Cearense, Roberto e Erasmo Carlos.

Do outro lado do Atlântico vêm representantes das três Américas. A argentina Mercedes Sosa conta com a ajuda de Milton Nascimento para enfrentar os versos de Fernando Brant. Nascido em Caiena, capital da Guiana Francesa, Henri Salvador é velho amigo da língua luso-brasileira, pois viveu no Rio de Janeiro onde se apresentou com sucesso no Cassino da Urca. Caso raro de cubano que cante em português, o compositor, cantor e pianista Bola de Nieve quis um Ary Barroso não óbvio e escolheu “Faixa de cetim”.
 


Pra completar, a terceira América se faz presente por meio de jazzistas que não dispensam a canção popular. A lista tem início com uma gravação realizada, ao vivo, em Los Angeles, na qual Ella Fitzgerald, antes de se aventurar na letra de Ronaldo Monteiro de Souza, previne a audiência que vai cantar na língua de Ivan Lins. Al Jarreau encarou o internacional Jorge Ben de “Mas que nada”; Nat Cole vasculhou o baú do samba e pinçou “Não tenho lágrimas”, de 1937, e o quarteto The Manhattan Transfer convocou Djavan para auxiliar na pronúncia de versos como “mangas do Pará, pitombeiras da Borborema / A ema gemeu no tronco do juremá”.

 

 


Capítulo de destaque entre as preferências gringas, o autor de “Corcovado” tem incluídas duas parcerias cantadas por americanos. Os versos de Aloysio de Oliveira desafiam o radicalismo interpretativo da jazzista Betty Carter. A letra de Vinicius de Moraes para “Água de beber” diverte Ella Fitzgerald que já dedicou um álbum inteiro à obra de Antônio Carlos Jobim, autor de “Pardon my english”, que tem como subtítulo “Samba torto”.

 

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