Primeiro disco

Faixas dos álbuns que inauguraram as carreiras fonográficas de artistas como Angela Ro Ro, Marisa Monte, Tim Maia, Maria Bethânia e Lô Borges.

EDUARDO WEBER (texto) e VILMAR BITTENCOURT (músicas) 21/03/12 14:00 - Atualizado em 21/03/12 14:00

Capa dos discos de estreia de Marisa Monte, Beto Guedes, Márcia, Tim Maia, Fagner e Caetano Veloso. (Reprodução)

Este é o tipo de seleção incompleta por natureza. Basta listar o que você considera como os principais intérpretes da nossa música desde a gravação de “Pelo Telefone”, e terá uma pequena noção de tão incompleta ela é.

No fundo esse roteiro não tem critério objetivo, nem pretende ser preciso e definitivo. Baseia-se apenas em lembranças pessoais que remetem ao que você vai ouvir.

Pode também gerar dúvidas e vai gerar. Se Caetano Veloso dividiu com Gal Costa a metade da bolacha do LP Domingo, por que incluir o seguinte, como sendo o seu primeiro trabalho? Simples: pela importância de “Alegria, alegria”, por ser uma revolução estética e, de fato, por ser o primeiro LP inteirinho seu. Você pode não concordar e tem esse direito.Já a escolha do primeiro LP de Luiz Melodia, de 1973, é uma “pérola negra”, “pérola rara”, que marca o início da carreira de um intérprete único na música brasileira, sem seguidores até hoje.

Já o disco Manera Fru-fru, manera, é emblemático. Raimundo Fagner queria fazer parte do elenco da principal gravadora de música brasileira da época, a que reunia todos os grandes artistas da MPB, exceto Roberto Carlos. Conseguiu. Gravou o primeiro LP na Polygram e de quebra provocou uma confusão danada envolvendo a família da escritora Cecília Meireles, pelo uso não autorizado dos versos de “Canteiros”. Nesse caso ele se deu mal.

A interpretação de Maria Bethânia para “Carcará”, no tempo do Show Opinião, foi estonteante. 30 anos depois, estonteante era o som dos tambores de Carlinhos Brown e o título pra lá de escalafobético do seu Alfagamabetizado. Precisei reaprender o abcedário.

Márcia, com o LP Eu e a Brisa, fez da música de Johnny Alf um sucesso de público. Sucesso não correspondido no Festival da Record, o mesmo que consagrou “Ponteio”, “Domingo no Parque”, “Alegria, Alegria” e “Roda Viva”, em 1967.

E o primeiro LP de Marisa Monte gerou uma grande expectativa. Ela e seu produtor, Nelson Motta, subverteram a lógica da indústria ao fazer um registro ao vivo. Deu certo.

Ainda faltam justificativas para as escolhas de Ângela Ro Ro, Beto Guedes e Tim Maia. Acredite: as respostas estão no repertório. Ouça e descubra.

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