Rolling Stones made in Brazil

Versões para sucessos da banda inglesa por artistas brasileiros: Caetano Veloso, Jerry Adriani, Ronnie Von, The Bubbles, Os Tarântulas e Claudia Ohana

Pedro Nakano 12/07/13 18:45 - Atualizado em 17/04/14 16:40

A primeira formação do grupo britânico Rolling Stones, ainda capitaneado pelo guitarrista Brian Jones (1942-1969; de camisa branca). (Reprodução)

Na história do rock nenhum grupo foi ao mesmo tempo tão sensual, agressivo e hipnotizante quanto os Rolling Stones. Ao lado dos Beatles e do The Who, a banda liderou a invasão inglesa roqueira dos anos 1960. Os Stones buscaram nas raízes da música negra a linha condutora de sua sonoridade e mostraram ao mundo uma fusão visceral de blues, rhythm and blues (R&B) e rock and roll.

Sem economizar polêmicas e alucinógenos, os Stones plantaram a semente do rock provocador. Acompanharam e fermentaram a revolução sexual da década de 1960 e simbolizaram a antítese aos "bem-comportados" Beatles. Em plena atividade, são uma das bandas mais rentáveis do show biz mundial.

Muitos músicos brasileiros foram além da influência e incorporaram clássicos dos Rolling Stones em seus repertórios. Fazendo covers, versões em português ou adaptações livres, cantores e grupos buscaram identificação do público jovem por meio das composições da dupla Jagger-Richards, quase tão importante na música mundial quanto os também ingleses Lennon-McCartney.

Caetano Veloso estava exilado em Londres em 1969 quando os Stones lançaram o oitavo álbum de estúdio, Let it bleed. Cinco anos depois, durante um show no Teatro Tereza Rachel, no Rio de Janeiro, Caetano apresentou sua versão para a faixa-título do disco, com arranjo de Perinho Albuquerque.

O lado triste e depressivo das canções românticas dos Stones também foi explorado por artistas brasileiros. Dois nomes jovem-guardistas se arriscaram em diferentes versões de "As tears go by". Em 1966, Ronnie Von lançou "Meu pranto a deslizar", uma versão bem fiel da música original com letra em português assinada por Fred Jorge. Com o cantor e ator Jerry Adriani, "As tears go by" virou "Não tenho ninguém", adaptação de Rossini Pinto, um dos versionistas mais importantes da música brasileira.

The Bubbles, grupo também ligado ao iê-iê-iê, começou sua trajetória com covers e versões dos Rolling Stones. A banda criada pelos irmãos César e Renato Ladeira ganhou relativa notoriedade nos anos 1960 e 1970 e também ficou conhecida como A Bolha. No lado B do primeiro compacto do grupo, lançado em 1966, "Get off of my cloud" ganhou versão livre e divertida: "Porque eu sou tão feio".

Nesta seleção de clássicos dos Stones por artistas brasileiros, você confere algumas interpretações fiéis, como "Pintada de preto", do grupo Os Baobás para "Paint it black", e outras leituras criativas, como "Canção de amor" ("Emotional rescue"), do grupo vocal Os Tarântulas.

Repertório:

01. Canção de amor (Emotional rescue) (Mick Jagger e Keith Richards - vs Rossini Pinto), por Os Tarântulas
02. She smiled sweetly (Mick Jagger e Keith Richards), por Ira!
03. Não tenho ninguém (As tears go by) (Mick Jagger, Keith Richards e Andrew Oldham - vs Rossini Pinto), por Jerry Adriani
04. Get off of my cloud / Satisfaction (I can't get no) / Jumpin's Jack Flash / Let's spend the ight together (Mick Jagger e Keith Richards), por Lee Jackson
05. Let it bleed (Mick Jagger e Keith Richards), por Caetano Veloso
06. Pintada em preto (Paint it black) (Mick Jagger e Keith Richards - vs Ricardo Contins e Arquimedes), por Os Baobás
07. It's only rock'n'roll (Mick Jagger e Keith Richards), por Rita Lee
08. Meu pranto a deslizar (As tears go by) (Mick Jagger, Keith Richards e Andrew Oldham - vs Fred Jorge), por Ronnie Von
09. Porque eu sou tão feio (Get off of my cloud) (Mick Jagger e Keith Richards - vs M. Lins), por The Bubbles
10. Sympathy for the devil (Mick Jagger e Keith Richards), por Claudia Ohana
11. Lady Jane (Mick Jagger e Keith Richards), por Jane Duboc

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