São João dormiu. São João acordou
Forró, boi e pifes para celebrar o santo junino. Com Cordel do Fogo Encantado, Luiz Gonzaga, Cabruêra, Ceumar, Mestre Ambrósio e Tiago Pinheiro.
Concentração coletiva em torno das antigas fogueiras do solstício em busca da renovação. Promessas para uma nova e promissora temporada. São João está no DNA dos iberoamericanos.
São João no Nordeste é sinônimo de forró, que é sinônimo de Luiz Gonzaga. Assim na terra como nesta lista pra tocar, o repertório do Rei do Baião domina a cena. Compadres em louvor ao santo do carneirinho, céu lindo estrelado, rapapé no salão e muitas outras imagens joaninas.
O boi que representa a morte e celebra o renascimento é uma das figuras centrais da celebração. O terreiro é lugar de força: “Onde as ondas combatem o mar e onde o mar combate as ondas”, como diz a cantiga de entrada do “Misterioso”. Pifes e zabumbas também são frequentes no São João lá de cima. Assim como em toda festa com procissão, comícios e demais aglomerações populares.
Ouvidos bem abertos nos permitem sintonizar o original e suas permissivas variantes, renovações e recriações. Que continuam atualizando para nossos dias os festejos da Idade Antiga.
Mais uma vez vale citar a tradição anotada por Câmara Cascudo em que São João dorme em seu aniversário tão ruidosamente celebrado pelo povo. Porque se estivesse desperto vendo o clarão das fogueiras, não resistiria ao desejo de descer do céu – o que faria a terra se acabar em chamas.
Que São João continue dormindo seu soninho sossegado. Enquanto nós celebramos seu natalício em alto e bom som.
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